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Fiquei grávida do meu ex-namorado, um milionário. Em silêncio, decidi ser mãe solo sem contar a ninguém. Nunca imaginei que, no dia em que fui ao hospital para a consulta pré-natal, eu o veria ali, de mãos dadas com outra mulher. Fiquei em choque ao descobrir uma verdade que mudaria tudo…

Capítulo 1 – O Encontro Que Nunca Deveria Ter Acontecido


O calor daquela manhã no Rio de Janeiro parecia mais pesado do que o normal. O sol atravessava as cortinas finas do meu pequeno apartamento em Santa Teresa, iluminando partículas de poeira que dançavam no ar, como se ignorassem completamente o caos dentro de mim.

Foi ali que eu vi o resultado positivo do exame.

Minhas mãos tremiam. Eu me sentei na beira da cama, respirando fundo, tentando convencer meu coração a desacelerar. A cidade lá fora continuava viva — buzinas, risadas, música distante — mas algo em mim havia mudado para sempre.

O bebê era de Lucas Azevedo.

Só de pensar no nome dele, um nó se formava na minha garganta. Lucas, o herdeiro do império imobiliário Azevedo, o homem que me amou em silêncio e me deixou em voz alta. Três anos juntos, escondidos entre jantares simples e finais de semana roubados, até o dia em que ele decidiu que amor não era suficiente.

— “Você merece alguém melhor… alguém do seu mundo” — ele disse, sem coragem de me olhar nos olhos.

Eu nunca contei sobre a gravidez.

Não por vingança. Mas porque eu sabia. No mundo de Lucas, meu filho seria um problema a ser resolvido, não uma vida a ser acolhida.

Mudei-me para Niterói, comecei do zero, longe dos holofotes, longe dele. Até o dia em que precisei voltar ao Rio para uma consulta pré-natal em um hospital particular. Um lugar que eu acreditava ser seguro. Um lugar onde o passado não poderia me encontrar.

Eu estava errada.

Sentada na sala de espera, folheando uma revista sem realmente ler, senti algo estranho. Uma presença. Quando levantei os olhos, meu mundo parou.

Lucas estava ali.

Elegante, confiante, usando um terno cinza perfeitamente ajustado. A mão dele segurava a de uma mulher grávida, bonita, sofisticada, com um anel brilhando no dedo.

Meu peito apertou.

Eles riam. Sussurravam coisas que eu não podia ouvir. Pareciam… felizes.

Instintivamente, levei a mão à minha barriga. Meu bebê se mexeu, como se sentisse minha angústia.

— “Não agora… por favor” — murmurei.

Levantei-me para ir embora, mas a voz da recepcionista ecoou pela sala:

— “Mariana Costa?”

O som do meu nome foi como um tiro no silêncio.

Lucas se virou.

Nossos olhos se encontraram.

O choque no rosto dele foi imediato. A segurança desapareceu. O sorriso morreu. Seu olhar desceu lentamente… até minha barriga.

— “Você… está grávida?” — ele perguntou, quase sem voz.

Antes que eu respondesse, a mulher ao lado dele falou, com um sorriso educado demais para ser sincero:

— “Lucas, você conhece essa moça?”

A porta do consultório se abriu, e o médico disse algo que congelou o ar ao nosso redor:

— “Parabéns. A gestação já passou de vinte semanas. O bebê está saudável.”

Lucas empalideceu.

E naquele instante, eu soube: nada voltaria a ser simples.

Capítulo 2 – Verdades Que Não Podem Ser Desditas


O silêncio no corredor era sufocante.

A mulher ao lado de Lucas apertou a mão dele com força.

— “Lucas… o que está acontecendo?” — ela perguntou, com a voz controlada.

Ele não respondeu. Estava olhando para mim como se eu fosse um fantasma.

— “Precisamos conversar” — ele disse finalmente, engolindo em seco.

Neguei com a cabeça.

— “Não aqui.”

Mais tarde, em um café discreto próximo ao hospital, as verdades começaram a cair como peças de dominó.

A mulher se chamava Beatriz.

Não era noiva. Era esposa.

Um casamento arranjado, selado entre famílias poderosas, sustentado por aparências e expectativas. Beatriz queria um filho mais do que qualquer coisa, mas os médicos haviam sido claros: suas chances eram mínimas.

— “Esse bebê…” — ela disse, olhando para mim — “é natural?”

Assenti.

Ela fechou os olhos por um segundo, como se aquilo confirmasse seus maiores medos.

Lucas tentou explicar. Falou em responsabilidade, em futuro, em dinheiro, em proteção.

— “Eu posso cuidar de tudo” — ele insistia. — “Você não precisa passar por isso sozinha.”

Olhei para ele, sentindo uma mistura de raiva e tristeza.

— “Você não esteve comigo quando eu mais precisei” — respondi. — “Não finja agora que entende.”

Nos dias seguintes, a família Azevedo descobriu tudo.

Vieram os advogados. Vieram as propostas. Vieram os sorrisos frios.

Eles não queriam a mim.

Queriam meu filho.

— “Você pode ter uma vida confortável” — disse a mãe de Lucas. — “Mas precisa pensar no que é melhor para a criança.”

Eu pensei.

E foi por isso que procurei Beatriz.

Capítulo 3 – Duas Mulheres, Uma Escolha


O café em Copacabana estava cheio, mas parecia que só nós duas existíamos ali.

Beatriz tirou o anel do dedo e o colocou sobre a mesa.

— “Eu não quero mais viver uma mentira” — disse, com os olhos marejados. — “Mas também não quero roubar o que é seu.”

Respirei fundo.

— “Eu não sou sua inimiga.”

Conversamos por horas. Como mulheres. Não como rivais.

Falamos sobre expectativas, sobre solidão, sobre escolhas feitas por outros em nossos lugares.

No fim, fizemos um acordo.

Legal. Claro. Justo.

Eu sairia do Brasil antes do nascimento. Criaria meu filho longe das disputas, longe do controle. Lucas poderia estar presente — se aprendesse a ser pai, não dono.

Meses depois, em outro país, segurei meu bebê nos braços pela primeira vez.

Anos se passaram.

Às vezes, penso no Rio. No hospital. Naquele dia em que tudo desmoronou para que algo novo pudesse nascer.

Hoje, observo meu filho correr sob um céu azul que não conhece segredos.

E sorrio.

Porque aprendi que amor não se compra.
E coragem… nasce quando escolhemos a nós mesmas.

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