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Eu encontrei por acaso uma menina perdida e a levei para minha casa. Mas, quando abri a porta, fiquei paralisado. A mulher que estava na minha frente era minha esposa… que havia falecido há cinco anos. —Mamãe! —gritou minha filha, correndo imediatamente para os braços dela. Mas a mulher me olhou fixamente e, com frieza, disse: —Eu não sou sua esposa. Naquele momento, meu filho também correu até ela, chorando inconsolável e gritando: —Mamãe! O que ela revelou depois não tinha nada a ver com fantasmas, mas sim com um segredo sombrio…

Capítulo 1 – O Encontro Inesperado


A chuva caía pesada sobre as ruas de Santa Teresa, um bairro colorido e movimentado de Rio de Janeiro. O céu, cinza e carregado, parecia refletir o peso que João carregava em seu coração. Há cinco anos, a vida dele tinha mudado para sempre quando Mariana, sua esposa, morrera em um acidente de trânsito. Desde então, ele vivia sozinho com seus dois filhos, Lucas, de oito anos, e Sofia, de cinco, tentando manter a rotina, mas sentindo, todos os dias, a ausência da mulher que amava.

Naquele fim de tarde, João caminhava apressado do centro da cidade, tentando se proteger da chuva com um guarda-chuva gasto. Foi quando notou algo que o fez parar: uma menina pequena, descalça, molhada e tremendo em frente ao portão da sua casa. Os cabelos grudados na testa, os olhos grandes e assustados, ela parecia perdida, quase invisível diante da água que escorria das ruas.

—Ei… você está bem? —chamou João, aproximando-se lentamente.
A menina não respondeu, apenas soluçava, agarrando um pedaço de pano sujo como se fosse sua única proteção.

—Vamos, entre aqui, vai se molhar ainda mais —João disse, abrindo o portão. Ele sentiu um nó no peito. Algo naquela criança o lembrava de Sofia, de quando ela tinha a mesma idade. Era instinto, puro instinto paterno.

Dentro de casa, o cheiro de café recém-feito misturava-se ao perfume adocicado de uma vela acesa. João pegou uma toalha e envolveu a menina, ajudando-a a se secar.

—Qual é o seu nome? —perguntou ele.
Ela sacudiu a cabeça, balançando os lábios, incapaz de falar.

—Está tudo bem… você está segura aqui —João murmurou, sentindo a responsabilidade crescer dentro de si. Ele percebeu, pela primeira vez em muito tempo, que sua casa precisava de vida. Mas o destino, como sempre, tinha seus próprios planos.

Quando abriu a porta da sala para ir buscar roupas secas, João parou abruptamente. Seu corpo congelou. Frente a ele estava uma mulher que parecia… impossível. Mariana. Ou ao menos, alguém idêntico a ela. O coração de João disparou. A menina correu na direção da mulher e gritou:

—Mamãe!

Lucas, do outro cômodo, correu chorando, gritando o mesmo:

—Mãe!

O olhar de João buscava explicações, mas tudo parecia um pesadelo. A mulher ergueu a mão, e sua voz, fria e controlada, cortou o ar da sala:

—Eu não sou sua esposa.

João sentiu o chão desaparecer sob seus pés. A chuva lá fora batia nas janelas, o reflexo da luz do bairro formando um mosaico prateado no piso molhado. A criança nos braços da mulher olhou para João, confusa.

—Quem é você? —perguntou João, com a garganta seca.

—Meu nome é Helena —respondeu a mulher, firme—. E estou aqui para protegê-los.

Capítulo 2 – Segredos Revelados


O ar da sala parecia pesar a cada segundo. João se sentou, a mente girando em mil direções. Como alguém poderia se parecer tanto com Mariana? A dor de sua perda misturava-se à incredulidade. Lucas e Sofia não entendiam, mas a alegria infantil dominava a confusão: abraçavam Helena, acreditando que a mãe havia voltado do além.

—Mas… se você não é minha esposa… —João começou, com a voz falhando.
—Eu sei como isso parece impossível —disse Helena—, mas o que vou contar não é fantasia nem assombração. É real… e perigoso.

Ela explicou que fazia parte de um programa secreto de recuperação genética. Mariana havia doado, anos antes, amostras de sangue para pesquisas médicas sem imaginar que isso poderia ser usado de forma tão… incomum. Helena era fruto de um experimento, um clone desenvolvido com os mesmos traços genéticos de Mariana, resultado de pesquisas conduzidas em sigilo por uma rede privada no Brasil.

João recuou, incrédulo.

—Você quer dizer… que é… —engasgou, incapaz de completar.
—Sim —interrompeu Helena—. Mas eu não estou aqui por acaso. A menina que você encontrou está em perigo. Ela é neta de um político poderoso, envolvido no mesmo programa que me criou. Precisava tirá-la das ruas antes que pessoas perigosas a encontrassem.

O coração de João oscilava entre o desejo de abraçar Helena e o medo do desconhecido. Seus filhos, felizes e ao mesmo tempo assustados, olhavam para ele em busca de orientação. A tensão dentro de casa cresceu, refletindo a tempestade que ainda rugia lá fora.

De repente, sons de passos pesados e vozes sussurrantes vieram da rua. João percebeu que não estavam sozinhos. Um grupo misterioso se aproximava, provavelmente aqueles que queriam recuperar a menina. O tempo parecia se comprimir. Cada segundo trazia risco, cada movimento exigia decisão.

—Precisamos sair daqui —disse Helena, olhando fixamente para João—. Eles não vão parar por nada.

Ele olhou para os filhos, sentiu o peso da responsabilidade e, pela primeira vez, decidiu confiar. Não em um retorno impossível do passado, mas em uma aliada viva que podia protegê-los.

Capítulo 3 – Escolhas e Recomeços


As ruas de Santa Teresa se tornaram um labirinto de chuva e adrenalina. João, Helena e as crianças correram entre becos estreitos, evitando os perseguidores. A cidade, vibrante e caótica, parecia conspirar contra e a favor deles ao mesmo tempo. A favela, com seus muros coloridos e sons distantes de samba, serviu de abrigo temporário.

—Pai… ela é mamãe? —perguntou Sofia, agarrando a mão de João.
—Não… mas ela vai cuidar de nós agora —respondeu João, com firmeza, tentando transmitir segurança.

Enquanto se escondiam, Helena explicou mais detalhes sobre o programa genético e o perigo que rondava a menina. Cada informação aumentava a tensão, mas também fortalecia a confiança de João nela. Ele sabia que o luto por Mariana não seria apagado, mas a vida pedia coragem e ação.

Após uma noite tensa, conseguiram despistar os perseguidores e chegar a um local seguro. Helena, exausta, mas serena, se ajoelhou diante das crianças.

—Vocês vão ficar bem —disse, com um sorriso tímido.
—Eu ainda… sinto falta da mamãe —sussurrou Lucas.
—Eu sei, meu amor —respondeu João, colocando o braço ao redor do filho—. Mas vamos construir nossa própria história agora.

Dias depois, Helena passou a viver temporariamente com João e os filhos. Ensinava-os a cuidar da menina encontrada, protegê-la e, ao mesmo tempo, fortalecer os laços familiares. João aprendeu que o amor da esposa ainda vivia como lembrança, mas que a vida podia oferecer novos começos, ainda que inesperados e complexos.

No final, João subiu até a cobertura do prédio, olhando a Baía de Guanabara banhada pelo pôr do sol. O reflexo dourado na água lembrava-lhe que a vida mistura dor e milagres de formas impossíveis de prever. Ele respirou fundo, sentindo a esperança retornar.

—Vamos ficar bem —sussurrou para si mesmo.

A chuva já havia passado, e a cidade de Rio de Janeiro, vibrante e viva, parecia celebrar o começo de um novo capítulo para aquela família marcada pela perda, pelo mistério e pelo inesperado.

‼️‼️‼️Nota final para o leitor: Esta história é inteiramente híbrida e ficcional. Qualquer semelhança com pessoas, eventos ou instituições reais é mera coincidência e não deve ser interpretada como fato jornalístico.

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